“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. João 13:35
Eu acabara de ouvir aquele sorridente mulato de meia-idade dizer à moça do caixa de uma panificadora que era cumpridor da lei. Ao sair dali, perguntei-lhe se a lei à qual ele se referia era a dos homens ou a de Deus. Ele me respondeu que ambas. Tornei a perguntar-lhe: _ O Senhor é religioso? Ele respondeu-me que não, de jeito nenhum, porque ser religioso não era uma boa coisa. Ele confundia religiosidade com fanatismo. Procurei mostrar-lhe - e ele concordou - que havia uma grande diferença prática entre os dois termos. Prometi voltar para trazer-lhe o significado de seu nome (Eurípedes - do grego - = vento que sopra) como oportunidade de fazer novo contato.
Vivemos em um mundo no qual é fácil encontrar pessoas que, como ele, cumprem seus deveres e - de certo modo - as leis, contudo, estão decepcionadas com tudo o que diz respeito à religião. A culpa é dos religiosos, e, sendo o Brasil um país de maioria cristã, pelo menos nominalmente, a culpa é nossa!
Acerca do cristianismo é proverbial a afirmação do líder hindu Gandhi: “Não sou cristão por causa dos cristãos”. Ao vê-los divididos, se opondo uns aos outros, se perseguindo e se matando, disse que não poderia ser um cristão, mesmo que, implicitamente sua frase demonstre que ele via no cristianismo um ideal de vida digno de ser seguido. Desde então, Gandhi tornou-se importante para os cristãos. Uma espécie de referência.
Gandhi está vivo! Ele está presente em nosso dia-a-dia, representado nas diversas pessoas com as quais nos relacionamos. O colega de trabalho, de faculdade, o chefe ou patrão, os familiares, o vizinho, o mecânico, o caixa do supermercado, são exemplos de Gandhi para nós. É Importante saber se os estamos decepcionando com palavras, atitudes e omissões.
Gandhi, o Mahatma*, está morto. E se sua salvação dependesse dos cristãos que ele conheceu? Ele estaria perdido, porque perdidos talvez já estivessem os cristãos que não foram capazes de convencê-lo a seguir a Cristo. Gandhi, o nosso Gandhi, quem é, ou, quem são? E se eles tão somente dependessem de você ou de mim para serem salvos? Como disse Francisco de Assis: “Pregue o Evangelho. Se necessário, use palavras.”
* Mahatma (do sânscrito) = alma grande.