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sábado, 28 de março de 2009

UMA QUESTÃO DE HONRA


"Há pessoas que observam as regras de honra como se vêem as estrelas: de longe."
Victor Hugo – escritor e poeta francês.

Estava pesquisando na internet quando me deparei com um artigo cujo tema era “Recepcionista para Área de Saúde: Desenvolvendo Competências”.

Mesmo não sendo profissional da saúde (exceto quando se trata de saúde espiritual) me interessei pelo tema, pois, de certa forma, as igrejas também têm clientes: os membros que a ela pertencem!

O artigo mencionava, entre outras coisas, os tipos de clientes a serem atendidos por uma recepcionista. Chamou-me a atenção um deles: o cliente abusado, que era descrito no referido artigo como “aquele que chega e vai chamando a atendente de “meu bem”, “meu amor”, joga piadinhas e faz de tudo para chamar atenção sobre si.”

Não pude deixar de fazer uma relação entre esse tipo de cliente e alguns irmãos em Cristo, nossos “clientes”. Imediatamente me veio à mente tratamentos antagônicos recebidos pelos servos de Deus, no ministério pastoral. Digo antagônicos porque, a maioria dos irmãos trata com extremo respeito o seu líder espiritual. Tais irmãos, ainda que possuam cabelos brancos, demonstram um sagrado respeito àqueles que o Senhor chamou: “Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e inteligência.” Jeremias 3:15.

Ao falarem com o pastor, eles usam de um tratamento respeitoso, incluindo o pronome “senhor” como forma de deixar claro que mais do que a idade do Ministro (que em muitos casos é menor do que a deles) o respeito se deve à função exercida por estes servos de Deus. Alguns usam o pronome você, mas quando chamam os servos de Deus ou a eles se referem, o fazem pelo respeitoso título de “Pastor”. Por outro lado, há aqueles que fazem questão de chamarem o pastor pelo nome, demonstrando uma intimidade que nem é proveitosa nem respeitadora.

Há muitos pastores cuja capacidade e brilhantismo os levou a acumular títulos que são respeitados secularmente, como por exemplo, mestre, doutor, professor, presidente, etc. Todos importantes, mas, nenhum deles sobrepuja o único título de que se orgulha um verdadeiro Ministro de Deus: o de Pastor. Porque pastor não é um título, é uma função sagrada!

É triste ver pessoas que por absoluto desconhecimento disto ou por falta de respeito às autoridades constituídas, teimam em confundir as coisas e insistem em chamar os servos de Deus pelo nome quando não têm deles procuração para tal. A poucos se dá o direito de chamarem pelo nome no exercício de sua função e dentro de sua área de atuação. É curioso ouvir os porteiros dos prédios, os mecânicos ou outros não-membros de igrejas tratarem os servos de Deus da forma mais respeitosa e com um título de pastor, quando, em contrapartida, vêem-se membros de igrejas que tratam o seu pastor com descaso de sua função sagrada.

Li algures que, o comportamento de nivelar as pessoas a si, de tratá-las com uma intimidade descabida e desaprovada, é uma tentativa de certas pessoas – descartadas aquelas absolutamente ingênuas – de se auto-afirmarem porque tais pessoas têm uma auto-estima extremamente baixa. Acreditamos nesta definição porque a experiência nos tem mostrado que a maior parte destes chamados “sem-cerimônia” - são pessoas até certo ponto desajustadas ou insatisfeitas consigo mesmas e com o mundo.

Como afirmou o historiador italiano Césare Cantù “a autoridade é necessária para tutelar a liberdade de cada um contra a invasão de todos, e a liberdade de todos contra os atentados de cada um”.