sexta-feira, 7 de setembro de 2007

SOBRE MALAS, CARECAS E CUECAS...


MENSALÃO- O RETORNO! Dois anos depois o Supremo Tribunal Federal começa o processo de investigação e julgamento dos quarenta. (Qualquer coincidência com a estória de Ali Babá é mera semelhança). Dentre os inúmeros escândalos políticos que trouxeram a lume a corrupção calcificada de nosso país, o mensalão, apelido pelo qual se tornou popularmente conhecido o sistema de suborno envolvendo o poder executivo e o legislativo federal, é, sem dúvida, o mais abrangente em números, quer de pessoas envolvidas, quer de valores monetários. É provável que nunca saibamos a real dimensão dos desvios e dos valores em milhões de reais (ou seriam dólares?) que as malas e as cuecas transportaram, a serviço de carecas. Até então, ninguém imaginava outra relação entre malas e cuecas que não fossem aquelas ligadas às viagens, quando as últimas eram transportadas pelas primeiras. Os carecas? Nem apareciam... Ficavam restritos às cuecas.
O epicentro deste escândalo foi a denúncia do então deputado federal e presidente do Partido Trabalhista do Brasil, Roberto Jefferson. Advogado criminalista e político sagaz, Jefferson demonstrou toda a sua arte no uso da palavra. Suas declarações, cujo conteúdo enchia de revolta o brasileiro comum, pagador de impostos e cumpridor das leis, apresentavam-se numa oratória tal que despertava uma estranha admiração, especialmente porque ele se declarava réu confesso. Frases de efeito, fino e cínico humor eram elementos de uma retórica impecável.
Nos últimos dias temos assistido aos embates do legislativo federal com transmissão online e rádio-televisiva ao vivo, à cores e aos berros. E nós que acreditávamos que as TVs comerciais veiculavam programas perniciosos para a educação de nossos filhos! Salvem-se os que puderem... saiam da TV Senado e da TV Câmara. Porque nossos filhos estão aprendendo novas formas de xingamento. E tudo isto com o inexorável rigor da diplomacia: Vossa Excelência é um safado! Vossa Excelência é um palhaço! Isto para mencionar os pronunciáveis. Já tem gente defendendo o programa dos baixinhos (não, dos anões do orçamento não! Embora naquela época o nível dos debates fosse mais “sadio”. Refiro-me ao programa plim-plim dos baixinhos... ilariariê... ô, ô, ô... parece hilário!
E Sua Excelência o presidente do Senado Brasileiro? Nunca vi tamanho apego a uma cadeira. Ele deveria se candidatar a uma vaga na Academia Brasileira de Letras, sim, porque dali só se sai morto. Pronto! Por que ele não se dedica a escrever livros de auto-ajuda. Podemos sugerir-lhe alguns títulos: “Como tornar-se milionário em poucos anos”. “Vila Rica - análise atualizada da Lei de Gérson”, “O Príncipe de Murici” ou quem sabe um livro de contos “Mistérios da fazenda – histórias de arrepiar!”
Quando fala em defesa própria ele o faz com tanta veemência e transmite tamanha convicção de inocência que quase nos faz acreditar nele. O problema são os fatos, os documentos forjados, os laranjas, a inexplicável e não declarada posse de fazendas, rádios e sabe lá Deus mais o quê.
Para o brasileiro comum, distante das questões da fé, tais fatos são desanimadores porque não vê esperança no futuro de um país cuja liderança, via de regra, é corrupta.
Para nós, cristãos, tais coisas que acontecem não só em nosso país, mas em todo o mundo são a confirmação da veracidade bíblica acerca do caráter dos seres humanos nos dias que antecederiam a volta de Jesus em glória e Majestade.
O apóstolo Paulo não exagerou em nada quando escreveu em 64 d.C. uma carta a Timóteo onde afirma:
É importante para você saber isto também, Timóteo, que nos últimos dias vai ser muito difícil ser cristão. Porque as pessoas só amarão a si mesmas e ao dinheiro ; serão orgulhosas e fanfarronas, zombarão de Deus, desobedecendo aos pais, sendo ingratas com eles e completamente más. Serão duras de coração e nunca se submeterão aos outros; serão sempre mentirosas e desordeiras, e não se incomodarão com a imoralidade. Serão rudes e cruéis, e escarnecerão daqueles que procuram ser bons. Atraiçoarão seus amigos; serão irascíveis, inchados de orgulho, e preferirão divertir-se a adorar a Deus . Irão à igreja, sim, porém não acreditarão realmente em nada do que ouvem. Não se deixe enganar por gente assim. (II Timóteo 3:1-5, A Bíblia Viva)

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