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sexta-feira, 9 de novembro de 2007

FLECHAS PERDIDAS


A importância dos ataques aéreos já se fez sentir na Primeira Guerra Mundial, mas, foi na Segunda Grande Guerra que tais ataques estabeleceram uma significativa vantagem para as forças armadas de países em conflito. Naquela ocasião o exército aliado, mais numeroso e com mais recursos, conseguiu a custo deter o avanço massacrante do exército alemão e seus coligados. Por um pouco mais de recursos e Hitler e o Nazismo teriam prevalecido.

Nas guerras seguintes, cada vez mais se percebia a decisiva participação dos aviões nas batalhas. Exemplos mais recentes a Guerra do Golfo e sua continuação denominada Guerra no Iraque demonstraram inequivocamente que o desfecho de uma guerra passa pelas batalhas aéreas.

Dentre os modelos de avião militares, certamente os caças são os mais importantes para estabelecimento de vitórias rápidas e devastadoras. Um caça F22 Raptor em combate com nave similar, pode tão rapidamente ser destruído quanto destruir. Um botão apertado, uma fração de segundo apenas e vidas podem ser ou não destruídas. Para sobreviver tem-se que acertar o alvo.

É curioso saber que a palavra grega que o Novo Testamento usa para referir-se ao pecado é "hamartia" (lê-se Ramartía) e significa literalmente "errar o alvo". Vamos explicar melhor: quando falamos a palavra "horizonte", por exemplo, lembramo-nos de quê? De uma linha longínqua no cume de uma montanha... ou, ainda, de uma linha ao final de uma planície, donde o sol aparece ou desaparece, num espetáculo de rara beleza. Muito bem: no grego, a palavra "hamartia" traz à mente a cena de um atirador de flechas que, com toda perícia e concentração procura acertar o alvo à frente; procura acertar, mas às vezes erra. Esse é o sentido da palavra que traduzimos como "pecado', em português. Supomos, logicamente, que a intenção é sempre acertar a flecha no alvo, mas eventualmente há erro. São flechas perdidas. Não nos devemos desanimar quando isso acontece.

Em outras palavras, não nos devemos desanimar quando pecamos, isto é, erramos o alvo, mas, ao contrário, tentar acertar, e isso com perseverança ainda maior. Como flecheiros espirituais esta deve ser a nossa meta. Cristo, Sua vontade, e Seu caráter devem ser o nosso alvo. Miremos n'Ele. Mas lembremo-nos de que se pecamos sempre, repetidamente, conscientemente, estamos atirando flechas para o chão. E isto é irracional. Ou não é?

Busquemos, cada um de nós, acertar o alvo. Isso é questão de sobrevivência. Pode ser que erremos... cometemos faltas, com certeza, mas Deus prometeu não nos deixar no erro: "Meus filhinhos, estou lhes dizendo isto a fim de que vocês fiquem longe do pecado. Mas se vocês pecarem, existe alguém para rogar por vocês diante do Pai. O nome dEle é Jesus Cristo, aquele que é tudo quanto é bom e que agrada completamente a Deus. Ele foi quem levou sobre si a ira de Deus contra os nossos pecados, e nos trouxe à comunhão com Deus; e Ele é o perdão para os nossos pecados; e não somente os nossos, mas os do mundo todo." (Bíblia Viva - 1 João 2: 1 e 2)

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

ATRAÇÃO FATAL X ATRAÇÃO TOTAL


Sabemos que atração é a capacidade de chamar a atenção para si. Isto pode ser tanto em referência às pessoas coisas e animais, quer no sentido literal, quer simbólico. Por isso dizemos que fomos atraídos pela beleza de alguém, que os preços baixos de alguns produtos em promoção nos atraíram, etc.

Há algum tempo assisti ao filme Atração Fatal. Um drama sobre o preço do adultério. Ele revela a história do envolvimento sexual entre Dan (Michael Douglas), um advogado bem sucedido e bem casado, e Alex (Glenn Close), uma executiva que conhecera em uma festa, enquanto sua esposa estava viajando. Este adultério deu início a um relacionamento cada vez mais difícil, porque sua amante era uma pessoa mentalmente desequilibrada. Quando Dan tentou romper a relação, ele, sua esposa e filho tiveram sua vida ameaçada em um inferno particular. Tal atração, banal e irresponsável, provocou um enorme sofrimento àquela família. O filme tem um mérito, a despeito das cenas de nudez e violência: a lição moral que fica impressa na mente de quem o assiste, pois mostra os terríveis resultados da infidelidade conjugal. Este é o motivo do filme chamar-se Atração Fatal.

A Bíblia Sagrada nos fala de uma atração fatal parecida. No livro de Gênesis, capítulo 3, versos 1-24 encontramos o relato da tentação e queda do ser humano. Quando Satanás, em demonstração de mediunidade toma o corpo de uma serpente e apela aos ouvidos de Eva: É assim que Deus disse, não comerás de toda árvore do jardim? Vejam a sutileza do inimigo. Ele chamou a curiosidade de Eva com uma pergunta aparentemente ingênua. Assim, ele conseguiu captar a atenção de Eva e poderia envolvê-la em dúvida com respeito à veracidade do que o Criador havia afirmado. Foi isso mesmo que ele fez ao sugerir maliciosamente: É certo que não morrereis. Na realidade, Satanás conseguiu colocar a dúvida no coração de Eva. Para tanto, o inimigo sugeriu que Deus estava mentindo porque não queria que Adão e Eva conhecessem o bem e o mal como Ele conhecia.

Assim como no filme já mencionado, os protagonistas do drama edênico pagaram um alto preço pela atração. No primeiro caso, são apenas atores que representam a tragédia real que se desenvolve em tantos lares e vidas ao redor do mundo, todavia, no segundo caso a tragédia é literal, verdadeira. O ser humano foi expulso da presença de Deus, passou a sofrer as conseqüências de sua escolha: dores, sofrimentos, cardos e abrolhos, suor, cansaço e o pior, a doença e a morte.

Sabemos que a vida não é um filme, pois em um filme de aproximadamente duas horas de duração, o problema abordado pelo enredo se desenvolve durante aproximadamente uma hora e meia, ou 75% de sua duração total. Então, num passe de mágica tudo é esclarecido, tudo se resolve, e, quase sempre sob uma perspectiva favorável aos atores principais. Infelizmente o mesmo não se dá com a vida real. Nela, os problemas chegam mais rápido do que podemos imaginar, através de decisões precipitadas, escolhas mal feitas, palavras e atitudes impensadas, contudo, leva muitas vezes o trabalho de uma vida para consertar um erro (quando ainda há chances de um conserto!) e em muitos casos o final é trágico. Muitas vezes a realidade da vida não conhece preferências por mocinhos e bandidos e age para conosco com mais justiça do que com misericórdia.

Jesus, o maravilhoso Salvador, quer pessoalmente conceder-nos um final feliz na história da vida, em nosso filme, baseado em fatos reais da nossa existência. Certo dia o amorável Jesus fez uma profecia acerca de sua capacidade de atrair. Porém sua atração não é fatal. É uma amorosa atração que transforma a vida. É a atração total que vai aniquilar a atração fatal do inimigo. Ele disse: Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso. E eu, quando for levantado da terra atrairei todos a mim mesmo. João 12:31,32.(Negrito acrescentado).

Foi o próprio Salvador que, como Deus, o Verbo Eterno, inspirou o profeta Jeremias a dizer: “De longe me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso , com benignidade te atraí.” Jeremias 31:3

Vejamos! O amor de Deus por nós é eterno e com benignidade, bondade, Ele quer envolver-nos, chamar nossa atenção, atrair-nos até Ele, até Sua cruz. Ao pé da cruz, podemos então lançar-Lhe um olhar, clamar a Ele por misericórdia. Pedir-Lhe que nos mostre Sua vontade e quando em breve voltar, segundo Suas promessas, receber a vida eterna.

Gostaria você de olhar para a cruz, gostaria de olhar nos olhos de Jesus e vê-lo dizer-lhe: Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro? Isaías 45:22.

Olhe para Jesus e você conseguirá vencer suas limitações, fraquezas e lutas. Como diz aquele abençoado pensamento que ora é atribuído a Martinho Lutero, ora ao evangelista Dwight L. Moody, dois gigantes da fé: Olhando para mim não vejo como me poderei salvar; olhando para Cristo não vejo como me poderei perder...

Permita-se ser atraído por Cristo, passe tempo com Ele: em oração, na leitura da Sua Palavra e em fazer as obras que Ele exemplificou através de Sua vida.
Que o Senhor te abençoe e te guarde, que o Senhor faça resplandecer o Seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti, que o Senhor sobre ti levante o Seu rosto e te dê a paz. Números 6:24-26.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

O EGO E O IGOR


Belo Horizonte estava quente naquela tarde de dezembro. Havia um grande movimento no hipercentro, pois o natal seria dentro de sete dias e muitos já corriam de um lado para o outro procurando ultimar os preparativos para a festa.

Assentado no banco do ponto de ônibus, eu aguardava o demorado aparecimento do ônibus que servia meu bairro, e confesso, um tanto quanto aborrecido porque pela terceira vez havia ido ao DETRAN e ainda teria que voltar uma quarta. (Por que será que as repartições públicas não facilitam a vida da gente, fornecendo as informações e passos do processo, para evitar perda de tempo com a burocracia?

Sentindo uma justa revolta íntima, percebi a aproximação de uma senhora de meia idade que portava um crachá de servidora pública e conduzia um garoto trajando um uniforme de creche. Enquanto respondia rebeldemente e esperneava, o menino recebia promessas de castigo e repreensão, que pelo tom de voz da senhora, certamente não seriam cumpridas. “Mais um terrível garoto consegue a fina arte de dominar a situação” - pensei eu - enquanto me sentia quase que empurrado por ele, que procurava acomodar-se na ponta do banco.

A mulher dirigiu-se a mim, pedindo desculpas pelo comportamento dele, a quem chamou de Igor (não parece um nome apropriado para um garoto rebelde?). Perguntei-lhe se ele era seu neto, e ela meio embaraçada, respondeu que era seu filho, mas não estranhava, porque todo mundo lhe fazia a mesma pergunta.

Um tanto quanto constrangido expliquei-lhe que não tinha a intenção de insinuar que Igor era muito novo para ser seu filho. Aproveitei a oportunidade para fazer-lhe “discretamente” algumas perguntas sobre o garoto. Igor tinha cinco anos (e já mandando!), tinha crises de rebeldia, e segundo ela, havia herdado o gênio do pai dele.

Tentei puxar conversa com Igor e como era de se esperar ele respondeu-me aos gritos. Comecei a tamborilar os dedos sobre um livro que estava em minhas mãos e isso lhe chamou a atenção. Fiquei quieto. Depois, abri meu porta moedas e comecei a contá-las em minhas mãos. Então ele olhou desconfiado para mim e disse: eu tenho mais dinheiro que você!

Perguntei-lhe quanto ele tinha, o que ele gostava de comprar e a partir daí Igor esboçou um ar de satisfação, sorriu e começou a contar-me coisas a seu respeito. Por coincidência estavam esperando o mesmo ônibus que eu, assim, pudemos conversar bastante. Ao passar pela roleta, Igor disse-me: - “me espere assentado ali” - apontando dois lugares vazios. Ficou claro que ele queria conversar mais e assim foi em quase todo o trajeto. Parecíamos dois amigos... Eu havia ganhado a sua confiança e percebi que ele precisava de pessoas que falassem a sua linguagem. Tendo u´a mãe ausente boa parte do tempo, com uma diferença de idade bem grande, sem irmãos e um pai que não lhe era exemplo de calma Igor parecia ter carência de sociabilização.

Igor não é diferente de nós. Todos temos a necessidade de ser amados, ser compreendidos, ser ouvidos. Muitas vezes falamos e não somos ouvidos e outras tantas nos falam e não ouvimos. Nossa rebeldia emerge de várias formas: no silêncio premeditado ou nos gritos não planejados. Parece que o mundo em que vivemos, onde predomina a tecnologia da informação, tem sido também o mundo onde predomina a solidão e a exclusão. Paga-se um valor considerável para que um psicólogo, psicanalista ou outro profissional apenas ouça. Muitos partilham seus segredos com estranhos, tais como taxistas ou pessoas na fila do caixa de um banco. É o ego buscando a afirmação, mas, não envolvimento. Afinal somos humanos, embora nossa humanidade nos leve muitas vezes ao contraditório. São nossas diferenças e nossas semelhanças que nos fazem absolutamente humanos, como afirmou Arendt:

“Ao mesmo tempo em que fora de nós há um infinito não há outro dentro de nós? Esses dois infinitos (que horroroso plural!) não se sobrepõem um ao outro? Não é o segundo, por assim dizer, subjacente ao primeiro? Não é o seu espelho, o seu reflexo, o seu eco, um abismo concêntrico a outro abismo? Este segundo infinito não é também inteligente? Não pensa? Não ama? Não tem vontade? Se os dois infinitos são inteligentes, cada um deles tem um princípio volante, há um eu no infinito de cima, do mesmo modo que o há no infinito de baixo. O eu de baixo é a alma; o eu de cima é Deus.” (Arendt, Hanna. A Condição Humana. Rio: Forense Universitária, 2001.)

Tal guerra só pode ser vencida por um poder sobrenatural descrito em Romanos 7:23-25:

“Assim, vocês podem ver como isto é: minha nova vida manda-me fazer o que é correto, porém a velha natureza que ainda está dentro de mim gosta de pecar. Que situação terrível, esta em que eu estou! Quem é que me livrará da minha escravidão a essa mortífera natureza interior? Mas, graças a Deus! Isso foi feito por Jesus Cristo, nosso Senhor. Ele me libertou. ''(O Mais Importante é o Amor- O Novo Testamento Vivo. São Paulo: Mundo Cristão 1988 p. 177.)

domingo, 29 de julho de 2007

A PALAVRA CERTA NA HORA INCERTA


Maurício Kobayashi e Hugo Hoyama. Foto: WWW.nippo.com.br

Dentre os inúmeros heróis dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007, destaca-se sem dúvida o mesatenista Hugo Hoyama, colecionador de vitórias e medalhas na carreira que está prestes a encerrar. O que o tornou um campeão? O momento marcante de sua vida foi ouvir do seu técnico uma pergunta desafiadora: “Até quando você vai se contentar em ser o segundo?”. Tais palavras mexeram com o paulista de São Bernardo do Campo que decidiu ser o melhor do Brasil. Ele venceu o então imbatível Cláudio Kano em 1996. A partir daquela conquista Hugo Oyama tornou-se o melhor mesatenista brasileiro. Ele dedicou sua última medalha em Jogos Pan- Americanos ao amigo e conterrâneo Cláudio Kano, que morreu ainda em 1996 em um acidente de moto. Ele credita sua carreira vitoriosa ao treinador Maurício Kobayashi que ao desafiá-lo com tal pergunta fez sua vida mudar de rumo.

É curioso como a Bíblia fala sobre a importância das palavras ditas no tempo adequado: "Como maças de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo " Prov. 25: 11

Há duas formas de interpretarmos este texto: Primeiro, partindo da premissa de que "Palavra" seja uma referência à Palavra de Deus; e, segundo, entendendo que "palavra", no caso, se refira à comunicação de uma forma geral, o que poderia se aplicar ao ser humano também. Consideraremos a segunda hipótese no presente estudo.
Sem dúvida nenhuma a maça é um dos mais belos e saborosos frutos existentes, sendo encontrado em todo o mundo.
O ouro também é um metal de beleza, durabilidade e valor inquestionáveis. A prata, conquanto de menor valor, quando comparada ao ouro, recebe também seu lugar de destaque entre os metais valiosos, sendo muito utilizada na fabricação de jóias e talheres. Do mesmo modo que a prata quando transporta o ouro não é tão apreciada, nossa vida não é mais importante do que aquilo que transportamos (no caso -a palavra -uma forma de comunicar).
O valor da salva de prata seria desmerecido caso transportasse alguma coisa desagradável ou malcheirosa. De igual modo, somos desvalorizados quando nossas palavras são grosseiras e ferinas, mas, grandemente valorizados quando nosso falar cristão coaduna com nossa vida em Cristo. Em suma, nosso valor como pessoa depende grandemente do que expressamos em dado momento, mesmo que tenhamos um valor individual admirável. No conjunto, perdemos ou ganhamos valor em função do que falamos, fazemos ou deixemos transparecer.
Concluímos que podemos ser uma bênção ou não às pessoas que nos cercam, dependendo do que dizemos a elas. Não dizer nada, todavia, pode se tornar um prejuízo. Quando alguém espera de nós uma palavra de conforto, ânimo, incentivo; então, a necessidade é imperiosa.
Quem ainda não sentiu o valor de uma palavra de apoio em momentos difíceis?
Falar a palavra certa no momento certo é um talento e Deus deseja desenvolvê-lo em você! Deus o abençoe juntamente com sua família.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

A MEMÓRIA DO CORAÇÃO

O cérebro humano reúne funções de lógica e raciocínio entre as quais está a capacidade de armazenamento de dados, de forma inconsciente e consciente (as lembranças). Como não pode armazenar tudo, a memória consciente seleciona os dados mais importantes para registro permanente. Assim, quanto mais significativos os acontecimentos para nós tanto mais detalhadamente deles nos lembramos, mas, o que dizer da MEMÓRIA DO CORAÇÃO? Se o coração não “pensa”, como pode ter memória? Embora as percepções de cunho emocional também sejam funções cerebrais, nós as creditamos ao coração; talvez por ser o pulsar do coração, o símbolo da vida.
De acordo com Antístenes “A gratidão é a memória do coração”. Que neste dia, a memória do nosso coração esteja bem avivada pelos 30 anos desta igreja.

A FAMÍLIA E O REVERSO

Após nova tragédia na aviação civil brasileira nos vêm à mente os acidentes que os precederam. Mesmo após alguns anos, ainda está bem vívida em nossa mente o outro acidente com um Fokker 100 da TAM também em São Paulo. A causa de tudo foi uma falha no reverso (um dispositivo que acionado no pouso, faz com que a força das turbinas seja usada em sentido contrário, uma espécie de freio aerodinâmico). Não havia indicação no painel de tal avaria porque até então os Fokker 100 não dispunham de sinal de defeito no painel do avião. Os pilotos, sem saberem o que acontecia, não tiveram tempo para uma reação que pudesse salvar dezenas de vidas. O reverso parece ser novamente o vilão da história, aliado às condições inadequadas de pouso e decolagem no aeroporto de Congonhas.

Que ligação pode existir entre estas tragédias e a a família atual? Pude fazer tal comparação enquanto lia o livro "Educar" do religioso e filósofo canadense Paul-Eugène Charbonneau. Suas palavras soam tão atuais embora tenham sido escritas 34 anos atrás:

“Ainda recentemente a família era tudo que havia de mais firme; há apenas algumas décadas, teríamos apostado nela com toda a segurança, e eis que de repente, os solavancos que abalam até mesmo os alicerces do nosso mundo também a atingem. Em todas as bocas surge atualmente uma interrogação que preocupa os espíritos que têm a coragem de replanejar os desmoronamentos da civilização que acontecem diante de nós: a família estará no fim? Terá chegado o momento em que as estruturas familiais, que fizeram a glória dos últimos séculos e foram cantadas pelos poetas, festejadas pelos moralistas, defendidas com argúcia por todos os juristas, encontram-se em processo de desaparecimento?”. Educar, Círculo do Livro, s/d, 17.

Sem levar em conta a linguagem filosófica e por vezes de difícil compreensão das obras de Charbonneau, notamos a verdade que esta afirmação revela. Não significa que ele foi o primeiro a perceber a realidade da família contemporânea. Não. Da mais sofisticada mansão até o humilde barraco de lona dos desabrigados esta realidade é sentida, ainda que sem ser expressa na linguagem rebuscada de homens como Charbonneau. Sim, sabemos disso e não precisamos de palavras difíceis, acadêmicas e filosóficas para senti-lo, entretanto a verdade acerca do que ele diz leva imediatamente ao raciocínio. É de fato o fim da família? Podem os seus inimigos começar a escrever o epitáfio que lhe pretendem dedicar, uma vez que já lhe predizem a morte?
Sendo Paul-Eugène um religioso, suas interrogações são fruto de uma preocupação antes que uma pergunta irônica que é tão comum aos que gostam das tragédias. Estes sim, se deliciam com o declínio da instituição familiar e de sua aparente extinção.
Por que a família é alvo de tamanha ferocidade de seus inimigos: seres, coisas ou filosofias?
A resposta, já a encontramos no relato da criação. A estabilidade da família seria o ambiente para se desenvolver uma comunhão com o Criador e o inimigo não poderia permitir isso. Aparentemente a história relatada em Gênesis 3 está cheia da inocência e credulidade cristãs. Afinal, uma história envolvendo a serpente que seduz uma mulher apenas pelo desejo do fruto proibido, parece ser muito simples, infantil. Contudo, a serpente e o fruto proibido ainda existem. É claro que adaptada à nossa capacidade individual de desejar com egoísmo aquilo que não nos pertence. O fruto proibido ainda continua, porém, revestido de uma roupagem adaptada à ambição humana. A luta pela destruição da família é antiga e ao mesmo tempo é moderna, e ela haverá até o fim quando Deus extirpar o instigador do egoísmo. Dizem que o dinheiro é a raiz de todos os males, mas não é verdade. O egoísmo é a raiz de todos os males! O inimigo continua com a mesma estratégia: o engano. Sua arma favorita? Despertar em mim e em você o egoísmo, o desejo da satisfação própria, do pensar em si mesmo, da auto-realização. “Que se danem os outros”, esta é a máxima do egoísmo.

Voltemos às tragédias da TAM:

No primeiro acidente, quando o reverso abriu inesperadamente os pilotos deveriam ter primeiro estabilizado o avião usando apenas uma turbina, sem forçar a outra, antes de pousá-lo novamente para reparos. Mas eles forçaram as duas turbinas e o avião perdeu a estabilidade e altura até espatifar-se contra o solo. Não sabiam o problema com o qual estavam lidando.No segundo caso, ainda não explicado totalmente, já se sabe que o reverso da turbina esquerda não estava funcionando. O reverso outra vez parece ser um dos vilões da história, embora devesse ser uma forma segura de auxiliar a frenagem do Airbus.

Em todo este emaranhado de intrigas que acontecem dia-a-dia desde o palácio presidencial ao lar do humilde catador de papel, o cristianismo vem abrir o reverso, mas não no momento errado, não para uma fatalidade e sim para evitar a colisão final que destruirá totalmente nossa família. A mensagem de Nosso Senhor Jesus Cristo é a única e última esperança para a colisão no final da pista. Os freios normais podem diminuir a velocidade, mas não podem parar a aeronave. Se não fizermos do Evangelho uma realidade vívida e prática, nosso lar não suportará as pressões de seus inimigos. Precisamos abrir o reverso em nosso lar! O Evangelho aplicado da forma correta e no momento adequado pode impedir verdadeiras tragédias familiares. O bom uso dos ensinamentos de Jesus, sem extremismos, proporcionará felicidade e equilíbrio a qualquer lar, não importando sua condição social. Dizem os pilotos um vôo é bom quando todos descem do avião como nele embarcaram. Toda família que viaja para a felicidade terá um bom vôo se todos os seus membros aportarem na Canaã Celestial. É preciso chegar ao final da pista... Inteiros! Façamos da mensagem do Evangelho o reverso que impedirá uma tragédia no final da pista!